PROJETO DE MESTRADO alterado_1 - LERF - USP
PROJETO DE MESTRADO alterado_1 - LERF - USP
PROJETO DE MESTRADO alterado_1 - LERF - USP
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Universidade Federal de Santa Catarina<br />
Centro de Ciências Biológicas<br />
Departamento de Botânica<br />
Pós Graduação em Biologia Vegetal<br />
Etnobotânica de restinga em comunidades da Ilha do Cardoso (SP) e da Ilha de<br />
Santa Catarina (SC)<br />
Florianópolis<br />
julho / 2004<br />
Aluna: Tatiana Mota Miranda<br />
Orientadora: Natalia Hanazaki<br />
Apoio: FAPESP / FUNCITEC
1. Introdução<br />
Inúmeros cientistas têm ultimamente voltado sua atenção para as florestas<br />
tropicais, possuidoras de mais da metade das espécies da biota mundial (Wilson, 1997;<br />
Gentry, 1992; Toledo, 1987), mas cuja sobrevivência está ameaçada por rápida<br />
destruição, que já as reduziu a apenas 7% da superfície terrestre (Myers, 1997).<br />
Ecossistemas como esse, que abrigam elevados índices de espécies endêmicas, são<br />
considerados áreas prioritárias de conservação (Myers et al. 2000). Em 1988, algumas<br />
destas áreas foram denominadas “hotspots de biodiversidade” (Myers, 1988),<br />
estabelecendo 25 deles na Terra, sendo a Mata Atlântica o quarto mais ameaçado<br />
(Myers et al. 2000).<br />
Segundo Wilson (1997), uma área correspondente a 99% da cobertura da Mata<br />
Atlântica do Brasil já foi devastada em decorrência de fatores como o desmatamento, a<br />
industrialização e a agricultura extensiva (Myers, 1997), mais praticados a partir de<br />
1950, além da elevada densidade populacional registrada na área (MMA, 2002). Tal<br />
devastação ameaça também um rico patrimônio histórico e diversas comunidades<br />
tradicionais, que constituem parte importante da identidade cultural do país (MMA,<br />
2002) e que, segundo Plotkin (1988), estão desaparecendo mais rapidamente do que as<br />
florestas em que habitam.<br />
No litoral brasileiro, são encontrados cinco tipos de comunidades tradicionais de<br />
modos de vida muito semelhantes, porém, de distintas origens (Diegues e Arruda 2001;<br />
Willems, 2003), caracterizadas por possuírem conhecimentos, práticas e crenças<br />
intimamente relacionados a processos adaptativos, perpetuados através de transmissão<br />
cultural sobre as relações entre os seres vivos e seu ambiente (Berkes, 1999), como, por<br />
exemplo, os caiçaras, no litoral sudeste, e os descendentes de açorianos em Santa<br />
Catarina.<br />
Na região do litoral norte do Paraná ao litoral sul do Rio de Janeiro, os caiçaras<br />
são habitantes rurais nativos da Floresta Atlântica, descendentes de índios e<br />
portugueses, que sobrevivem hoje da agricultura de pequena escala, da pesca e da<br />
extração de recursos do ambiente, como plantas empregadas para fins alimentares e<br />
medicinais (Begossi, 1998). Segundo Willems (2003), esta dependência dos recursos<br />
naturais para a sobrevivência atribui aos caiçaras um caráter altamente adaptativo ao<br />
ambiente no qual estão inseridos.
Nos últimos 20 anos, os caiçaras têm se dedicado também, para a obtenção de<br />
recursos financeiros, a atividades relacionadas ao turismo (Begossi et al., 2002a). De<br />
acordo com Hanazaki (1997), esses nativos podem desempenhar papel de destaque na<br />
conservação da Mata Atlântica, em função do seu vasto conhecimento sobre a natureza,<br />
acumulado ao longo de gerações, que deve, segundo Toledo (1987), ser transformado<br />
em valioso aliado na busca da melhoria da qualidade de vida das populações mundiais.<br />
Estudos feitos sobre algumas comunidades caiçaras (Begossi et al. 2002b; Figueiredo et<br />
al. 1993; Hanazaki et al. 1996; 2000), evidenciaram a importância de seu conhecimento<br />
para conservação, em decorrência de possuírem uma concepção sistêmica do ambiente<br />
(Albuquerque, 1999).<br />
Mais ao sul, as comunidades tradicionais costeiras têm influência da cultura<br />
açoriana. Estes moradores são, de fato, descendentes de imigrantes das ilhas dos Açores<br />
e de portugueses continentais que se estabeleceram no litoral catarinense e gaúcho a<br />
partir do século XVIII, guardando traços culturais próprios, apesar da miscigenação<br />
com negros e índios, dos quais também apresentam influências culturais. Antes, viviam<br />
principalmente da pesca e da agricultura de pequena escala. Atualmente, dedicam-se ao<br />
turismo, devido ao grande potencial paisagístico da região (Diegues e Arruda 2001).<br />
Embora os moradores destas comunidades vivam próximos a grandes centros<br />
urbanos e, por isso, tenham contato com a medicina moderna, tais comunidades ainda<br />
mantêm significativo conhecimento sobre plantas nativas e seus respectivos usos,<br />
provavelmente devido à sua restrita condição econômica (Prance, 1991), que as torna<br />
dependentes dos recursos florestais para sobrevivência (Figueiredo et al. 1993). Com<br />
tais características, mostram-se adequadas a estudos etnobotânicos.<br />
A Etnobotânica, termo concebido em 1895, é ciência que teve origem nas<br />
numerosas observações de exploradores, missionários, naturalistas e botânicos, ao<br />
estudarem o uso de plantas por comunidades exóticas de todo o mundo (Davis, 1995), e<br />
pode ser definida como o estudo das interações homem-planta, embebidas em<br />
componentes naturais e sociais de ecossistemas dinâmicos (Alcorn, 1995). Devido à sua<br />
interdisciplinaridade, decorrente do vasto campo de estudo, apresenta metodologias<br />
extremamente diversas, originárias tanto das ciências biológicas quanto sociais. Inclui<br />
também técnicas de diversas disciplinas como economia, lingüística, ecologia,<br />
antropologia e farmacologia, que, juntas, fornecem linhas de investigação propícias ao<br />
estudo etnobotânico (Cotton, 1996; Prance, 1991). Segundo Di Stasi (1996), esta<br />
característica tem sido reconhecida como ponto crucial para o desenvolvimento de
estudos mais elaborados, profundos e, conseqüentemente, de maior credibilidade<br />
científica e menores probabilidades de erros.<br />
Segundo Albuquerque (1997; 1999), a acumulação do conhecimento oriundo das<br />
investigações etnobotânicas possibilita a promoção de programas para o<br />
desenvolvimento e preservação dos recursos naturais dos ecossistemas tradicionais; a<br />
documentação do conhecimento tradicional e dos complexos sistemas de manejo e<br />
conservação dos recursos naturais dos povos tradicionais; o reconhecimento e a<br />
preservação de plantas potencialmente importantes em seus respectivos ecossistemas e a<br />
descoberta de substâncias de origem vegetal com aplicações médicas e industriais. De<br />
acordo com tais atributos, a etnobotânica não pode estar ausente das discussões relativas<br />
ao meio ambiente (Albuquerque, 1997).<br />
O estudo das finalidades para as quais as comunidades tradicionais fazem uso<br />
das plantas está se tornando uma necessidade urgente, especialmente no mundo tropical.<br />
O conhecimento acumulado por estas populações enriquecerá o pouco que ainda se sabe<br />
sobre a utilização da flora tropical (Amorozo, 1988), contribuindo para o entendimento,<br />
o uso e a proteção dos ecossistemas tropicais.<br />
2. Justificativa<br />
A Mata Atlântica, que outrora se estendeu do Nordeste brasileiro ao Rio Grande do<br />
Sul, pode ser definida, apesar da redução sofrida, como um bioma composto por uma<br />
série de tipologias ou unidades fitogeográficas intimamente relacionadas, sendo a<br />
restinga, objeto deste estudo, uma delas (MMA, 2002).<br />
Formação florística composta por uma vegetação altamente adaptada a condições<br />
salinas e arenosas, características das regiões litorâneas, a Restinga, ainda que detentora<br />
de alta diversidade biológica e de espécies amplamente utilizadas na alimentação,<br />
medicina e ornamentação humanas, encontra-se muito ameaçada (IBAMA, 2004).<br />
A Restinga merece esforços concentrados para conservar o pouco que ainda resta<br />
deste valioso ecossistema, sendo fundamental, para tanto, a contribuição de estudos<br />
etnobotânicos. Análises sobre a distribuição do conhecimento acerca dos recursos<br />
vegetais entre os membros dessas comunidades; a verificação de potencial econômico e<br />
formas de extração das espécies; a influência de seu uso sobre a vegetação como um<br />
todo e ainda o resgate de seus valores culturais, otimizam "a busca de propostas de
manejo e extração, visando a sustentabilidade e a conservação de áreas florestais na<br />
Mata Atlântica" (Hanazaki, 2001), através da participação das comunidades locais,<br />
valorizando sua cultura, impedindo-lhe a descaracterização, e melhorando sua qualidade<br />
de vida.<br />
É importante ressaltar, também, que estudos de caráter comparativo permitem a<br />
análise sobre padrões de uso de um mesmo tipo vegetacional por comunidades locais<br />
com influências culturais distintas, mas com estratégias de subsistência historicamente<br />
semelhantes, como apontado por Willems em seu estudo sobre comunidades caiçaras no<br />
Sul do Brasil (Willems, 2003).<br />
A importância dessas comunidades, como atores principais na busca de alternativas<br />
para a conservação dos ecossistemas terrestres, exige dos pesquisadores envolvidos um<br />
retorno dos estudos feitos, ao menos, para torná-los conscientes de seu alto valor social,<br />
como já mencionado na Declaração de Belém. Este documento, elaborado em reunião<br />
de cientistas das áreas de Etnobiologia e Etnoecologia em Belém (PA), na década de<br />
1980, contém propostas de ações para a conservação da diversidade cultural do país,<br />
onde procedimentos para compensação dos povos nativos são destacados (Campos,<br />
2002).<br />
3. Objetivos<br />
Objetivo geral:<br />
O objetivo geral desta pesquisa é estudar a etnobotânica de comunidades<br />
litorâneas em áreas de Restinga, analisando o uso dos recursos vegetais para fins<br />
alimentares, medicinais, manufatureiros e artesanais.<br />
Objetivos específicos:<br />
Os objetivos específicos são:<br />
• efetuar um registro das plantas conhecidas e usadas;<br />
• analisar a distribuição do conhecimento entre os membros das comunidades;<br />
• comparar os dados obtidos em diferentes áreas de estudo;<br />
• efetuar o resgate de aspectos culturais, como técnicas artesanais de construção<br />
de moradias e de artefatos de pesca;
• verificar a existência de potencial econômico, bem como estudar as formas de<br />
extração e utilização das espécies;<br />
• confeccionar cartilhas para-didáticas, como forma de retribuição dos resultados<br />
às comunidades estudadas;<br />
4. Material e métodos<br />
4.1. Vegetação de Restinga<br />
A Restinga brasileira pode ser definida como um conjunto de ecossistemas<br />
costeiros compostos por comunidades vegetais distintas florística e fisiologicamente,<br />
comuns em solos arenosos pouco desenvolvidos, formando complexos vegetacionais<br />
pioneiros. Compreende fisionomias originalmente herbácea/subarbustiva, arbustiva ou<br />
arbórea, que variam de acordo com a inundação do terreno e influência da salinidade.<br />
Pode apresentar-se em mosaico ou numa certa zonação, em geral no sentido oceano-<br />
continente, quando há um aumentando da lenhosidade e da altura da vegetação, assim<br />
como do número de espécies ocorrentes (Falkenberg, 1999; Barros et al. 1999).<br />
A Restinga arbórea, objeto deste estudo, é a fisionomia que apresenta maior<br />
riqueza de espécies, de distintos hábitos, sendo freqüente em áreas bem drenadas ou<br />
paludosas, ocorrendo principalmente em dunas semifixas e fixas, depressões, cordões<br />
arenosos, planícies e terraços arenosos. Algumas das espécies mais importantes são:<br />
Canistrum lindenni (gravatá), Vanilla chamissonis (orquídea-baunilha), Clusia<br />
parviflora (mangue-formiga), Coussapoa microcarpa (figueira-mata-pau), Psidium<br />
cattleyanum (araçazeiro), entre outras (Falkenberg, 1999).<br />
4.2. Áreas de estudo<br />
A presente pesquisa pretende estudar o conhecimento associado à Unidade<br />
Fitogeográfica de Restinga, ocorrente nos Estados de São Paulo (SP) e Santa Catarina<br />
(SC), nos Parques Estaduais da Ilha do Cardoso e da Serra do Tabuleiro,<br />
respectivamente.<br />
O Parque Estadual da Ilha do Cardoso (PEIC) situa-se no extremo sul do litoral<br />
do Estado de São Paulo, próximo a divisa com o Estado do Paraná, no município de<br />
Cananéia entre as coordenadas 25º 05' a 25º 15' Lat S e 47º 53' a 48º 06' Long W,
pertencendo ao complexo lagunar de Iguape – Cananéia – Paranaguá. Criado pelo<br />
Decreto nº 40.319 em 03 de agosto de 1962, conta com uma área de 22.500ha,<br />
abrangendo ecossistemas como Mata Atlântica e algumas de suas unidades<br />
fitogeográficas associadas como Floresta Pluvial de Encosta e Planície, Manguezal e<br />
Restinga, além da Paria Arenosa e Costão Rochoso (IF, 2004) (Figura 1).<br />
Dentro do PEIC foram selecionadas as comunidades de Pereirinha, Itacuruçá,<br />
Foles e Camboriú, por serem as localidades mais próximas a áreas com mata de<br />
Restinga, além de poucos estudos relativos a tais comunidades terem sido<br />
desenvolvidos, incluindo pesquisas etnobotânicas.<br />
A comunidade de Pereirinha é composta predominantemente por funcionários do<br />
PEIC, como guias e responsáveis pelo núcleo Perequê, próximo a ela. Este núcleo<br />
possui ampla infra-estrutura para recepção de visitantes, incluindo pesquisadores, e<br />
conta com alojamento, centro de visitantes, laboratórios e museu. Segundo informações<br />
bibliográficas (Milanelo, 1992; Hanazaki, 2001b) e observações de campo, Pereirinha<br />
conta com seis casas, totalizando aproximadamente 13 moradores.<br />
Itacuruçá, além de possuir uma capela, conta com sete casas e aproximadamente<br />
10 habitantes. Situa-se próxima a Pereirinha e a principal atividade econômica de seus<br />
moradores é a pesca artesanal (Milanelo, 1992; Hanazaki, 2001b).<br />
Camboriú e Foles, estabelecidas na face oceânica da ilha, são as comunidades de<br />
mais difícil acesso, feito por barco ou por uma longa e dificultosa trilha. Com<br />
aproximadamente 13 casas, abrigando 52 habitantes, Camboriú é constituída por<br />
pescadores que, muitas vezes, possuem casas secundárias, alugadas para veranistas.<br />
Encontra-se ainda nesta comunidade, uma escola de ensino fundamental. Foles, com<br />
aproximadamente 20 habitantes e 10 moradias, também é predominantemente composta<br />
por pescadores (Milanelo, 1992; Hanazaki, 2001b).<br />
De acordo com Milanelo (1992), um turismo desordenado e emergente ameaça a<br />
existência de todas as comunidades da Ilha do Cardoso.
Figura 1: Comunidades a serem pesquisadas - PEIC<br />
Fonte: Hanazaki, 2001a, <strong>alterado</strong>.<br />
O Parque Estadual da Serra do Tabuleiro (PEST) é considerado a maior Unidade<br />
de Conservação do Estado de Santa Catarina, ocupando 1% de seu território. Criado<br />
através do Decreto nº 1260/75, apresenta uma extensão de 87.405ha, abrangendo nove<br />
municípios: Florianópolis, Palhoça, Santo Amaro da Imperatriz, Águas Mornas, São<br />
Bonifácio, São Martinho, Imaruí, Garopaba e Paulo Lopes, além das ilhas de Fortaleza,<br />
Araçatuba, Ilha do Andrade, Papagaio Pequeno, Três Irmãs, Moleques do Sul, Siriú,<br />
Coral, dos Cardos e a ponta sul da Ilha de Santa Catarina, onde se localiza a praia de<br />
Naufragados, nosso objeto de estudo. Diferentes formações vegetais são encontradas no
PEST, incluindo Floresta Atlântica e suas associações como restingas e manguezais,<br />
além da Floresta de Coníferas e Campos de Altitude (FATMA, 2004) (Figura 2).<br />
No PEST foi selecionada a comunidade da praia de Naufragados, por<br />
assemelhar-se às comunidades da Ilha do Cardoso, situando-se numa área de Restinga<br />
arbórea e pela ausência de estudos etnobotânicos desenvolvidos na área.<br />
De acordo com informações locais, a comunidade, composta por pescadores<br />
remanescentes da primeira ocupação de açorianos no século XVII, possui de 10 a 20<br />
casas de moradores fixos, além daqueles que a freqüentam apenas nos finais de semana.<br />
Segundo Reis (2003), a pesca é a principal atividade econômica da comunidade, que<br />
pratica também agricultura para subsistência. Naufragados conta também com uma<br />
associação de moradores, a AMOPRAN (Associação de Moradores da Praia de<br />
Naufragados) (Reis, 2003).<br />
Figura 2: Comunidade a ser pesquisada - PEST<br />
Fonte: Ferretti, 2002, <strong>alterado</strong>.
4.3. Metodologia<br />
De acordo com autores como Viertler (2002) e Martin (1995), os pesquisadores da<br />
área de etnobiologia e etnoecologia, por lidarem com sociedades culturalmente distintas<br />
da nossa podem se deparar com armadilhas, que muitas vezes, comprometem o estudo a<br />
ser desenvolvido. Por isso, devem estar atentos a características relativas aos<br />
informantes, como seu comportamento e fala, registros de campo e metodologias<br />
adequadas.<br />
O contato prévio com as comunidades escolhidas, etapa já concluída, é um dos<br />
preceitos básicos de pesquisas etnobotânicas, que assegura sua adequação às propostas<br />
do projeto, assim como a participação dos informantes na pesquisa. Partindo-se do<br />
princípio de um estudo comparativo, buscou-se uma comunidade na Ilha de Santa<br />
Catarina que mais se assemelhasse às selecionadas na Ilha do Cardoso. Após visitas de<br />
campo nos arredores da Estação Ecológica de Carijós e em várias áreas de Restinga do<br />
Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, selecionou-se a comunidade de Naufragados, no<br />
extremo sul da Ilha.<br />
O estudo consistirá na realização de entrevistas semi-estruturadas com os<br />
moradores do local maiores de 18 anos, de ambos os sexos, cujas questões<br />
compreendem os aspectos sócio-econômicos das comunidades, assim como, o<br />
conhecimento e o uso dos recursos vegetais da região (Hanazaki et al. 1996; 2001a)<br />
(ANEXO I). Para assegurar a suficiência amostral, serão entrevistados todos os<br />
moradores que se dispuserem a participar da pesquisa.<br />
As entrevistas semi-estruturadas são métodos amplamente utilizados na<br />
etnobotânica, baseados em tópicos pré-definidos que permitem ao pesquisador certa<br />
flexibilidade, conforme o andamento da entrevista, visando canalizar o diálogo para<br />
questões a serem investigadas (Viertler, 2002).<br />
As espécies citadas no levantamento etnobotânico serão coletadas de acordo com<br />
padrões metodológicos da área (Ming, 1996), identificadas por especialistas e<br />
depositadas no acervo do Herbário ESA (ESALQ/<strong>USP</strong>) – espécies vegetais<br />
mencionadas na Ilha do Cardoso – e no Herbário FLOR (UFSC/SC), espécies coletadas<br />
na Ilha de Santa Catarina.<br />
Na Ilha do Cardoso realizar-se-á, ainda, um transecto (ANEXO II) com alguns<br />
informantes, previamente escolhidos em entrevista, no interior de uma parcela<br />
permanente já instalada, associada ao projeto temático “Diversidade, dinâmica e
conservação em florestas do estado de São Paulo: 40ha de parcelas permanentes”<br />
(Laboratório de Sistemática e Ecologia Vegetal do departamento de Ciências Biológicas<br />
da ESALQ/<strong>USP</strong>), onde informações etnobotânicas sobre as principais espécies<br />
utilizadas serão detalhadas (Hanazaki, 2001a). Tal parcela, situa-se nos arredores do<br />
núcleo Perequê, no interior de uma vegetação de Restinga.<br />
O projeto acima citado está sendo desenvolvido em quatro Unidades de<br />
Conservação (UC) paulistas (Parque Estadual da Ilha do Cardoso; Estação Ecológica de<br />
Carlos Botelho; Estação Ecológica de Caitetus; Estação Ecológica de Assis), que<br />
representam quatro das principais formações florestais de São Paulo: Floresta de<br />
Restinga, Floresta Atlântica de Encosta, Floresta Estacional Semidecidual e Cerradão.<br />
Em cada uma das áreas foram alocadas 256 sub-parcelas permanentes de 400m 2 cada,<br />
numa parcela maior de 320m x 320m, totalizando 10,24 ha de área amostrada em cada<br />
uma das UC’s (Rodrigues et al. 2004)<br />
As áreas amostradas estão sendo detalhadas através da análise de seus aspectos<br />
físicos (solo, luz, temperatura, etc), e da identificação e georrefereciamento dos<br />
indivíduos vegetais com DAP (Diâmetro na Altura do Peito) superior ou igual a 15 cm.<br />
Dados físicos e biológicos serão correlacionados na perspectiva de entender as<br />
diferenças nos tipos vegetacionais e promover uma adequação de práticas de manejo e<br />
conservação (Rodrigues et al. 2004).<br />
As informações obtidas com o levantamento etnobotânico realizado na Ilha do<br />
Cardoso serão ainda integradas a informações ecológicas geradas através do<br />
monitoramento da parcela permanente existente na área.<br />
Os dados serão analisados qualitativa e quantitativamente, através de ferramentas já<br />
utilizadas em etnobotânica (Begossi, 1996a; Hanazaki et al. 1996). Segundo Begossi<br />
(1996b), análises quantitativas podem ser usadas com intuito de estudar a relação entre a<br />
diversidade biológica e cultural, incluindo a avaliação da intensidade do uso dos<br />
recursos naturais por populações nativas, as comparações entre comunidades distintas<br />
ou segmentos diferentes de uma mesma comunidade, as análises tamanho amostral,<br />
entre outros aspectos. Alguns autores destacam a importância dos índices de diversidade<br />
(Begossi et al. 2002a; Hanazaki et al. 1996) assim com o uso as análises multivariadas<br />
(Peroni, 2002).<br />
Ao término do trabalho, elaborar-se-á, em linguagem acessível, uma cartilha com<br />
informações relevantes obtidas através da pesquisa, a ser disponibilizada para as
comunidades, inclusive para eventual uso como material para-didático das unidades<br />
escolares das respectivas áreas, caso manifestem interesse.<br />
5. Viabilidade do projeto<br />
O presente trabalho está vinculado a dois projetos temáticos:<br />
1) “Diversidade, dinâmica e conservação de florestas do Estado de São Paulo:<br />
40ha de parcelas permanentes”, aprovado pelo Biota – FAPESP, proposto pelos<br />
Laboratórios de Sistemática e Ecologia Vegetal do Departamento de Ciências<br />
Biológicas da ESALQ/<strong>USP</strong>, sob a coordenação de Ricardo Ribeiro Rodrigues;<br />
2) “Uso de recursos e áreas de conservação: etnoecologia e conflitos de usos”,<br />
aprovado pelo FUNCITEC (FCTP 1284/037), sob a coordenação de Natalia Hanazaki,<br />
da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC);<br />
Ambos projetos subsidiarão despesas de campo como transporte, estadia,<br />
alimentação e pagamento de serviços a terceiros, relativas a suas respectivas áreas de<br />
interesse, sendo o primeiro responsável pelo estudo na Ilha do Cardoso (SP) e o outro<br />
pela pesquisa a ser desenvolvida na Ilha de Santa Catarina (SC).<br />
Dentre as dificuldades possíveis no decorrer do projeto, a principal pode-se<br />
relacionar com a falta de disposição do entrevistado em participar da pesquisa. Por ser<br />
fundamental para o resultado do trabalho, procurar-se-á, caso esta previsão se confirme,<br />
abordar o maior número possível de pessoas, respeitando-se, naturalmente, a vontade do<br />
informante, a fim de evitarem-se possíveis vieses.
6. Cronograma<br />
ATIVIDA<strong>DE</strong>S<br />
Revisão<br />
bibliográfica<br />
Confecção do<br />
projeto<br />
MESES<br />
2004 2005 2006<br />
m a m J j a s o n d j f m a m J j a s o n d j f<br />
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24<br />
x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x<br />
x x x x x<br />
Entrega do projeto x<br />
Contato prévio x x x<br />
Coleta de dados (1ª<br />
x x x x x x x x x<br />
etapa)<br />
Coleta de dados (2ª<br />
etapa - transecto)<br />
x x x<br />
Coleta/identificação<br />
material botânico<br />
x x x x x x x x x<br />
Organização/análise<br />
de dados<br />
Retorno<br />
comunidade<br />
(cartilhas)<br />
x x x x x x x<br />
Relatório x<br />
Confecção<br />
dissertação<br />
Defesa da<br />
dissertação<br />
x<br />
x x x x x x<br />
x
7. Bibliografia<br />
Albuquerque, U. P. 1997. Etnobotânica uma aproximação teórica e epistemológica.<br />
Rev. Bras. Farm., 78(3): 60-64.<br />
Albuquerque, U. P. 1999. Manejo tradicional de plantas em regiões neotropicais. Acta<br />
Bot. Bras., 13 (3): 307-315.<br />
Alcorn, J. B. 1995. The scope and aims of ethnobotany in a developing world. In<br />
Schultes, R. E.; Reis, S. V. (eds.). Ethnobotany evolution of a discipline.<br />
Portland, Discorides Press, p. 23-29.<br />
Amorozo, M. C. M.; Gély, A. 1988. Uso de plantas medicinais por caboclos do Baixo<br />
Amazonas, Barcarena, Pará. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Sér.<br />
Botânica, 4: 8-20.<br />
Barros, Fábio de, et al. Flora fanerogâmica da Ilha do Cardoso: caracterização geral<br />
da vegetação e listagem das espécies ocorrentes. v. 1. São Paulo: Editora Hucitec,<br />
1991. 184p.<br />
Begossi, A. 1996a. Etnobotânica em comunidades caiçaras. In: XLVII Congresso<br />
Nacional de Botânica. Nova Friburgo (RJ).<br />
Begossi, A. 1996b. Use of ecological methods in ethnobotany: diversity indices.<br />
Economic Botany, 50(3):280-289.<br />
Begossi, A. 1998. Knowledge on the use of natural resources contibutions to local<br />
management. In Cotton, C. M. Ethnobotany - Principles and Applications.<br />
Chichester John Wiley Sons, 1996, 423 p.<br />
Begossi, A.; Hanazaki, N.; Silvano, R. A. M. 2002a. Ecologia Humana, Etnoecologia e<br />
Conservação. In Amorozo, M. C. M.; Ming, L. C.; Silva, S. M. P. (orgs.). Método<br />
de coleta e Análise de Dados em Etnobiologia, Etnoecologia e Disciplinas<br />
Correlatas - I Seminário de Etnobiologia e Etnoecologia do Sudeste. Rio Claro,<br />
93-128.<br />
Begossi, A.; Hanazaki, N.; Tamashiro, J. Y. 2002b. Medicinal plants in the Atlantic<br />
Forest (Brazil) knowledge, use, and conservation. Human Ecology, 30(3): 281-<br />
299.<br />
Berkes, F. 1999. Context of traditional ecological knowledge. In: Sacred Ecology.<br />
Campos, M. D. 2002. Etnociência ou etnografia de saberes, técnicas e práticas? In: . In<br />
Amorozo, M. C. M.; Ming, L. C.; Silva, S. M. P. (orgs.). Método de coleta e
Análise de Dados em Etnobiologia, Etnoecologia e Disciplinas Correlatas - I<br />
Seminário de Etnobiologia e Etnoecologia do Sudeste. Rio Claro, 47-92.<br />
Cotton, C. M. 1996. Ethnobotany - Principles and Applications. Chichester: John<br />
Wiley Sons, 423 p.<br />
Davis, E. W. 1995. Ethnobotany: An Old Practice, A New Discipline. In Schultes, R.<br />
E.; Reis, S. von (eds.). Ethnobotany evolution of a discipline. Discorides Press, p.<br />
40-51.<br />
Di Stasi, L. C. 1996. Conceitos básicos na pesquisa de plantas medicinais. In Di Stasi,<br />
L. C. (org.). Plantas medicinais arte e ciência. São Paulo Editora da Universidade<br />
Estadual Paulista, cap. 2, p. 23-27.<br />
Diegues, A. C; Arruda, R. S. V. Saberes tradicionais e biodiversidade no Brasil.<br />
Ministério do Meio Ambiente. Brasília. 2001.<br />
Falkenberg, D. B. 1999. Aspectos da flora e da vegetação secundária da restinga de<br />
Santa Catarina, Sul do Brasil. Insula, 28: 1-30.<br />
Ferretti, O. E. 2002. Parque Estadual da Serra do Tabuleiro: território<br />
institucionalizado e lugar de vivência. Tese de Mestrado. Pós-graduação em<br />
Geografia. Florianópolis, UFSC/CFH.<br />
Figueiredo, G. M.; Leitao-Filho, H. F.; Begossi, A. 1993. Ethnobotany of Atlantic<br />
Forest Coastal communities Diversity of plant uses in Gamboa (Itacuruca Island,<br />
Brazil). Human Ecology. 21(4): 419-430.<br />
Fundação do Meio Ambiente (FATMA). Disponível em <br />
Acesso em: 26 de maio de 2004.<br />
Gentry, A. H. 1992. Tropical forest biodiversity distributional patterns and their<br />
conservational significance. Oikos. 63: 19-28.<br />
Hanazaki, N.; Leitao-Filho, H.; Begossi, A. 1996. Uso de recursos na Mata Atlântica o<br />
caso da Ponta do Almada (Ubatuba, Brasil). Interciência. 21 (6): 268-276.<br />
Hanazaki, N. 1997. Conhecimento e uso de plantas, pesca e dieta em comunidades<br />
caiçaras do município de Ubatuba (SP). Tese de Mestrado. Pós-graduação em<br />
Ecologia. São Paulo, <strong>USP</strong>/IB.<br />
Hanazaki, N.; Tamashiro, J. Y.; Leitao-Filho, H. F.; Begossi, A. 2000. Diversity of<br />
plants uses in two Caicara communities from the Atlantic Forest coast, Brazil.<br />
Biodiversity and Conservation. 9: 597-615.<br />
Hanazaki, N. 2001a. Diversidade, uso e conservação em florestas do Estado de São<br />
Paulo: potencial etnobotânico no entorno de parcelas permanentes. Pós-
Doutoramento. Laboratório de Sistemática e Ecologia Vegetal do Departamento de<br />
Ciências Biológicas, Piracicaba, ESALQ/<strong>USP</strong>.<br />
Hanazaki, N. 2001b. Diversidade, uso e conservação em florestas do Estado de São<br />
Paulo: potencial etnobotânico no entorno de parcelas permanentes. Relatório<br />
Parcial. Pós-Doutoramento. Laboratório de Sistemática e Ecologia Vegetal do<br />
Departamento de Ciências Biológicas, Piracicaba, ESALQ/<strong>USP</strong>.<br />
Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). Disponível em<br />
Acesso em: 25 de maio de 2004.<br />
Instituto Florestal (IF). Disponível em Acesso em: 25 de maio de<br />
2004.<br />
Martin, G. L. Ethnobotany: A methods manual. London. Chapman & Hall, 1995.<br />
Milanelo, M. 1992. Comunidades tradicionais do Parque Estadual da Ilha do Cardoso e<br />
a ameaça do turismo emergente. In: Anais do 2º Congresso Nacional de Essências<br />
Nativas. São Paulo. 1109-1111.<br />
Ming, L. C. 1996 Coleta de plantas medicinais. In: In Di Stasi, L. C. (org.). Plantas<br />
medicinais arte e ciência. São Paulo Editora da Universidade Estadual Paulista,<br />
cap. 6, p. 69-86.<br />
Ministério do Meio Ambiente. 2002. Avaliação e identificação de áreas e ações<br />
prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição dos<br />
benefícios da biodiversidade nos biomas brasileiros, Brasília.<br />
Myers, N. 1997. Florestas tropicais e suas espécies sumindo, sumindo...? In: Wilson, E.<br />
O. (Org.) Biodiversidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 36-45.<br />
Myers, N. 1998. Threatened biotas: “hotsposts” in tropical forests. Environmentalist.<br />
8: 187-208.<br />
Myers, N.; Mittermeier, R. A.; Mittermeier, C. G.; Fonseca, G. A. B.; Kent, J. 2000.<br />
Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature. 403: 853-858.<br />
Peroni, N. 2002. Coleta e análise de dados quatitativos em etnobiologia: introdução ao<br />
uso de métodos multivariados. . In Amorozo, M. C. M.; Ming, L. C.; Silva, S. M. P.<br />
(orgs.). Método de coleta e Análise de Dados em Etnobiologia, Etnoecologia e<br />
Disciplinas Correlatas - I Seminário de Etnobiologia e Etnoecologia do<br />
Sudeste. Rio Claro, 155-180.<br />
Plotkin, M. J. 1988. The outlook for new agricultural and industrial products from the<br />
tropics. In: Wilson, E. O. (Ed.) Biodiversity. Washington, D. C., National<br />
Academy Press, p. 106-116.
Prance, G. T. 1991. What is ethnobotany today? Journal of Ethnopharmacology. 32:<br />
209-216.<br />
Reis, A. 2003. Medição transdiciplinar de conflitos ambientais em unidades de<br />
conservação: estudo de caso na praia de Naufragados/Parque Estadual da<br />
Serra do Tabuleiro. Tese de Mestrado. Pós-graduação em Engenharia Ambiental.<br />
Florianópolis, UFSC/CETD.<br />
Rodrigues, Ricardo, et al. Diversidade, dinâmica e conservação de florestas do Estado<br />
de São Paulo: 40ha de parcelas permanentes. Disponível em:<br />
Acesso em: 23 de maio de 2004.<br />
Toledo, V. M. 1987. La etnobotanica en Latinoamerica: vicisitudes, contextos, desafios.<br />
In: Memórias do IV Congresso Latinoamericano de Botânica, Medellin, p. 13-<br />
34.<br />
Viertler, R. B. 2002. Métodos antropológicos como ferramenta para estudos em<br />
etnobiologia e etnoecologia. In Amorozo, M. C. M.; Ming, L. C.; Silva, S. M. P.<br />
(orgs.). Método de coleta e Análise de Dados em Etnobiologia, Etnoecologia e<br />
Disciplinas Correlatas - I Seminário de Etnobiologia e Etnoecologia do<br />
Sudeste. Rio Claro, 11-29.<br />
Willems, E. A ilha de Búzios: uma comunidade caiçara no sul do Brasil. São Paulo.<br />
Editora Hucitec, 2003, 185p.<br />
Wilson, E. O. 1997. A situação atual da diversidade biológica. In: Wilson, E. O (Org.)<br />
Biodiversidade. Rio de Janeiro: Nova Fronteira. 3-24.
ANEXO I<br />
ROTEIRO PARA ENTREVISTAS – ETNOBOTÂNICA<br />
Localidade: ________________________ Data: ____ / ____ / 04 GPS:__________<br />
Sexo: ( )M ( )F Idade: _____ anos Local de nascimento: ________________<br />
Tempo de residência no local ou região: _____________<br />
Escolaridade (até que ano cursou):<br />
Grau Não concluído (indicar até que série<br />
estudou)<br />
Analfabeto<br />
Ensino fundamental 1ª - 2ª - 3ª - 4ª - 5ª - 6ª - 7ª - 8ª<br />
Ensino médio 1ª - 2ª - 3ª - 4ª<br />
Ensino superior 1ª - 2ª - 3ª - 4ª - 5ª - 6ª<br />
Estado civil: ( )Solteiro/a ( )Casado/a ( )Viúvo/a ( )Separado/a ( )Outros<br />
Concluído<br />
Nº de residentes: ______________ Nº de homens: _______ Nº de mulheres:_______<br />
Atividade Renda<br />
Pensão/Aposentadoria<br />
Conhecimento e uso de plantas: manufatura (H), medicinal (M), alimento (A),<br />
artesanato (AR), outros (O)<br />
Nome popular Ambiente Uso Finalidade Cult.? Já usou? Coleta?<br />
...<br />
Na sua opinião, quem são as pessoas que conhecem mais sobre plantas aqui na sua<br />
comunidade?<br />
__________________________________________________________________________
ANEXO II<br />
16<br />
15<br />
14<br />
13<br />
12<br />
11<br />
10<br />
9<br />
8<br />
7<br />
6<br />
5<br />
4<br />
3<br />
2<br />
1<br />
0<br />
TRANSECTO – <strong>DE</strong>SENHO ESQUEMÁTICO<br />
A B C D E F G H I J K L M N O P