Barbosella australis

 

Hoje vou falar de uma planta de minha coleção que está lindamente florida. As flores não são das mais belas e chamativas, mas eu aprecio muito. É uma orquídea do gênero Barbosella, as famosas plantas cujas flores parecem o bico de um passarinho aberto.

Barbosella é um gênero pertencente a família Orchidaceae, desmembrado do gênero Restrepia, ao qual era subordinado, e proposto em 1918 pelo botânico e taxonomista alemão Friedrich Richard Rudolf Schlechter (1872 – 1925).

 Schlechter é autor de inúmeros trabalhos sobre orquídeas, e realizou diversas expedições por todos os continentes em busca de novas plantas. Atualmente existem perto de mil orquídeas propostas por ele.

O nome do gênero, Barbosella, é uma homenagem ao engenheiro, botânico e naturalista brasileiro João Barbosa Rodrigues (1842 – 1909). Barbosa Rodrigues, como ficou mundialmente conhecido, organizou e dirigiu o Jardim Botânico de Manaus, e posteriormente tornou-se diretor do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Sua obra mais importante foi um trabalho sobre orquídeas, em três volumes, “Genera et species orchidearum novarum”, publicado em 1881.

Trata-se de um pequeno gênero, de pequenas flores, e bastante desprezado no meio da orquidofilia. Porém, para mim é mais um simpático e cativante grupo de maravilhosas plantas que admiro e coleciono.

No total são apenas 19 espécies distribuídas na América Central e América do Sul. Mais da metade destas orquídeas podem ser encontradas no Brasil.

São plantas miniaturas que apresentam forma de crescimento simpodial, e que vegetam de forma epífita em florestas sombrias saturadas de umidade, localizadas em regiões de climas frios.

Algumas espécies deste gênero apresentam flores quase iguais entre sí, dificultando, e muito, a correta identificação. Para tanto é necessário analisar minusciosamente o aspecto vegetativo da planta, tamanho, formato e espessura das folhas, ou variedade no tamanho das flores.

Agora vamos a planta do dia, a simpática Barbosella australis, originária de São Paulo e região sul do Brasil: Paraná , Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Habita de forma epífita fixada em galhos de árvores cobertas de musgo, localizadas em matas fechadas e úmidas da Mata Atlântica, sempre em altitudes que variam entre 700 e 1600 metros.

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Desenho retirado da internet - Site:
http://www.jorasa.com.br/tenho-uma-area/

 

O nome da espécie deriva do latim, australis, que significa “que vem do sul”, em referência à localização geográfica desta planta dentro do Brasil.

Sinonímia: Barbosella australis var. genuina; Barbosella australis var. latipetala; Barbosella australis var. loefgrenii; Barbosella loefgrenii; Restrepia australis e Restrepia loefgrenii.

Trata-se de uma planta de crescimento rápido e reptante, que forma grandes e densos “tapetes” sobre seus hospedeiros. Possui um longo e fino rizoma com raízes velamentosas, e ramicaule que suporta pequenas e carnudas folhas de formato arredondado, com dimensões de 2,0 x 1,1cm. A inflorescência também é curta (aproximadamente 2,5cm), e é uniflora.

As flores que medem apenas 1,0 x 3,0cm são gigantescas em proporção ao tamanho da planta, e são as maiores dentre as 19 espécies deste gênero. As sépalas laterais são fundidas e são maiores que a sépala dorsal, com aparência de “bico aberto de pássaro” quando vistas de lado. As pétalas são muito menores e estreitas, e o labelo é móvel, e muito pequeno em comparação às outras partes da flor.

Em toda a flor predomina a cor verde em tonalidade pálida e levemente translúscida suavmente manchada de uma cor bordô clara. No labelo, que é da mesm cor, podemos observar uma pequena mácula de cor vinho.

Seguem algumas dicas para cultivo:

  • Sugiro cultivar a Barbosella australis fixada em troncos ou cascas de árvores, com muitas raízes expostas. Esta planta precisa de grande aeração no sistema radicular. Sugiro ainda acrescer um pouco de esfagno visando a preservação da umidade por mais tempo.
  • Se sua opção for cultivo em vaso ou caixeta, então utilize um substrato confeccionado com partes iguais de casca de pinus, carvão vegetal e esfagno.
  • Cuidado com água acumulada no fundo. O substrato deve ser arejado e drenar a água imediatamente.
  • Gosta de uma boa sombra. 60 a 70% de sombremento é o ideal.
  • Suporta temperaturas entre 0 e 30 graus. Sugiro protegê-la nos dias mais quentes do verão.

Floresce no outono e sua floração dura em torno de 20 dias. Bem cultivada esta planta forma grandes touceiras com uma verdadeira fartura de flores. Espetacular.

Seguem algumas fotos:

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Planta  de  minha  coleção

Foto:  Juan Pablo Heller

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Foto retirada da internet - Site:
http://orchidsinbloom-ron.blogspot.com.br/2014/11/barbosella-australis.html

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Foto retirada da internet - Site:
http://galleraniorquideas.blogspot.com.br/2014/05/barbosella-australis.html

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Foto retirada da internet - Site:
http://picssr.com/photos/62464347@N07/favorites/page72

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Foto retirada da internet - Site:
http://www.alao.it/foto-degli-eventi/varese-orchidea-2015/

IMAGENS: fonte pesquisa GOOGLE

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