Apenas em uma, das milhares de publicações do material, a capa havia atingido mais de 2,5 milhões de pessoas. A criatividade utilizada para compor a edição do jornal, que já tem 130 anos de história, repercutiu entre os fãs brasileiros.

No dia seguinte ao da morte, o jornal dedicou praticamente toda a capa para homenagear a artista. Além do icônico cabelo vermelho de Rita Lee, o jornal fez várias referências musicais nas chamadas sobre outros assuntos.

O vazamento de prints sobre o envolvimento de Eduardo Bauermann, do Santos, com apostadores, por exemplo, foi chamado com trechos da música 'Flagra'. Já para uma apreensão de cocaína no Porto de Santos, foi utilizado um trecho de Lança Perfume ("Tem cheiro de coisa maluca").

Banho de espuma inspirou uma chamada para um reajuste nas contas de água de esgoto: "Que tal nós dois numa banheira de espuma?". 'Pra fazer barulho, eu mesma faço', de 'Jardins da Babilônia, ilustrou a chamada sobre a liberação de obras a qualquer hora do dia e da noite.

O toque final, que também encantou os leitores e fãs de Rita Lee, foi o cuidado do jornal ao utilizar o rosa para fazer as chamadas, tendo como inspiração um dos maiores sucessos da cantora, 'Cor de rosa choque'.

De acordo com o editor executivo de A Tribuna, Bruno Rios, a capa espelha o quão criativa era Rita Lee. "A gente sabia que a capa chamaria atenção e agradaria aos fãs. Mas, de forma alguma, imaginávamos que fosse alcançar milhões de pessoas como temos visto nas últimas horas".

De acordo com Bruno Rios, a capa contou com a participação de quatro outros jornalistas para ser finalizada. "O Sérgio Moura, nosso editor de diagramação, foi o responsável pela concepção visual. O Alexandre Lopes, nosso Diretor de Jornalismo, deu a sugestão de fazer os títulos musicais e a utilização do rosa. Os editores Ronaldo Vaio, Stevens Standke e Rafael Motta fizeram toda a pesquisa das letras".