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Por Mariah Colombo, g1 PR — Curitiba


O voo do padre Adelir de Carli, conhecido como "padre do balão", completou 15 anos na quinta-feira (20). A fatídica decolagem foi em Paranaguá, no litoral do Paraná, e teve um destino trágico. Ele desapareceu e o corpo só foi encontrado meses depois.

Apesar da fama, poucas pessoas sabem quem de fato era o padre Adelir de Carli, o que ele fazia e os motivos que o levaram a se amarrar a balões e a sair voando por aí.

O episódio #127 do PodParaná traz a história do religioso, que pretendia permanecer voando com os balões por 20 horas para quebrar o recorde mundial – de 19 horas.

A aventura buscava conseguir atenção e arrecadações para um projeto da Pastoral Rodoviária, idealizado por ele.

Participam deste episódio:

  • Marcos Aurélio de Carli, irmão do padre Adelir;
  • Johnny Coelho, comandante do Corpo de Bombeiros Voluntários da Penha, que liderou as buscas pelo religioso;
  • Dulcinéia Novaes, repórter da RPC que acompanhou a decolagem

Padre Adelir de Carli pouco antes de levantar voo — Foto: Arquivo Pessoal

'Queria fazer o bem'

Natural de Ampére, no sudoeste do Paraná, Adelir de Carli veio de família simples. Ele recebeu a ordenação como padre em 2003 e atuava na Paróquia São Cristóvão, em Paranaguá.

De acordo com Marcos Aurélio de Carli, irmão de Adelir, o religioso era engajado em causas sociais e buscava ajudar o próximo.

"Sempre ele buscava ajudar outras pessoas. Ele queria fazer o bem", relembra.

Padre Adelir de Carli com o irmão Marcos de Carli no dia do voo — Foto: Arquivo Pessoal

No ano de 2006, em Paranaguá, Adelir denunciou maus-tratos e expulsão de moradores em situação de rua da cidade.

A partir da denúncia feita por ele, a Polícia Civil abriu uma investigação e concluiu que guardas municipais retiravam moradores em situação de rua e os torturavam. Depois, deixavam as pessoas em bairros da periferia de Curitiba e na cidade de Registro, em São Paulo.

Na época, o secretário municipal de Segurança e quatro guardas da cidade de Paranaguá foram presos por conta das denúncias.

Padre Adelir se dedicava à comunidade — Foto: Reprodução/RPC

Pastoral Rodoviária

A aventura com os balões surgiu diante da necessidade de arrecadar fundos para a Pastoral Rodoviária, um projeto de prestação de serviços a caminhoneiros que trafegavam na região do Porto de Paranaguá.

O projeto previa a evangelização de caminhoneiros que trafegavam pela BR-277 e a criação de um espaço, com mais de 100 quartos, para receber os trabalhadores.

Enquanto padre Adelir estava vivo, cerca de R$ 800 mil foram investidos no local, que ficava em um terreno de 62 mil m², ao lado do pátio de triagem do porto.

Porém, Adelir achava que o espaço ainda não era o suficiente para atender toda a demanda e, ao mesmo tempo, que as doações eram poucas para a expansão.

Ele acreditava que batendo o recorde mundial de mais tempo no ar em um voo de balões poderia chamar atenção para a causa e arrecadar dinheiro para as obras no local.

O espaço chegou a abrigar ações pontuais voltadas aos caminhoneiros, mas, diante da morte do religioso, o projeto foi perdendo força ao longo do tempo. Hoje, a rua onde fica a pastoral se chama Padre Adelir Antonio de Carli.

Padre Adelir de Carli, que ficou conhecido como "Padre do Balão" — Foto: Reprodução/RPC

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PodParaná: toda sexta-feira um novo episódio. Ouça no G1 e em diversas plataformas — Foto: Arte/RPC

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